Você faz coisas úteis?

Andréa Chagas
4 Min Read

 

Quando eu era criança observava a vida das pessoas adultas que estavam ao meu redor e pensava no que eu queria fazer quando eu fosse adulta. Claro que eu planejei várias vezes como seria essa transição, algumas coisas aconteceram, outras não. 

 

Só que não fazia ideia do tamanho da responsabilidade que é viver por si. Ninguém me disse como era isso, trabalhar para pagar suas próprias coisas e arcar com todas as necessidades. Aprendi de forma difícil, mas tem dado certo. 

 

Acontece que conforme fui crescendo, senti que tinha que dar conta de muitas coisas ao mesmo tempo e antes de dormir minha sensação era de que eu poderia ter feito mais naquele dia, mesmo tendo realizado tantas coisas, levantando cedo pra ir estudar, depois ir trabalhar, fazer coisas de casa e entre uma coisa e outra ser gentil com as pessoas.

 

Ainda assim parecia que eu não estava dando meu melhor e eu sentia a necessidade de fazer coisas que gerassem impacto positivo para os outros. Não dá para descrever exatamente a sensação, mas sabe quando a gente começa a ver algumas pessoas fazendo tantas coisas e falando de otimização de tempo e como são incríveis fazendo aquilo?

 

Pois é, eu pensava que também tinha que ser assim, me doar mais para a vida e procurar mais coisas para preencher as 24h do meu dia que na minha cabeça tinha muito tempo sobrando. Então foi o que fiz, tentei me enturmar em grupos e projetos na universidade, virtualmente também, só que não estava conseguindo dar conta nem acompanhar as interações dos grupos.

 

Com toda a correria diária e a cobrança comigo mesma o estresse já fazia parte de mim, e eu só vivia cansada. Quem foi que disse que eu tinha que fazer tantas coisas para ser útil pra mim mesma e para a sociedade? Foi um mix de tudo que eu via, ouvia, assistia e consumia em geral, foram todas as pessoas deste mundo super acelerado e que faz a gente pensar que todo mundo tem que fazer tudo igual, ter a mesma rotina caótica e por aí vai.

 

Percebi que não era bem assim e os pontos de vista são extremamente relativos. Então o que é  útil para mim, pode não ser pra você e talvez nossas noções de utilidade sejam completamente opostas. Foi então que comecei a me perceber melhor e ver que o meu tempo é só meu e tenho que saber administrá-lo de forma boa e saudável para mim.

 

Também comecei a perceber que coisas que eu fazia estavam sim gerando um bom impacto para quem acompanhava. Meu Instagram sobre autoconhecimento e espiritualidade (@andquantica), me mostrou que quando fazemos qualquer coisa boa, com intenção ou não, sempre ajudamos alguém. Recebo feedbacks algumas vezes e eles me fizeram perceber a importância das nossas ações diretas ou indiretas.

 

Não viva em função de elogios e reconhecimentos, seja inteira no que fizer, sincera e não se importe se vai auxiliar milhares de pessoas ou apenas uma. O mais importante é que sua mensagem seja clara e que você tenha certeza de que tudo o que fizer de bom será importante para alguém.

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